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O que fazer se for picado por marimbondo?
Normalmente, a limpeza
com uma solução anti-séptica, e a aplicação
de gelo no local é suficiente para melhorar os sintomas.
Não perfurar qualquer bolha que possa surgir no local
da picada – limpe-a com água e sabão neutro
para evitar infecções.
Corticosteróides
tópicos (cremes, pomadas, loções ou géis
que, passados sobre a pele, combatem os sinais da inflamação)
e anti-histamínicos (antialérgicos) orais auxiliam
no controle da inflamação e do prurido local.
Entretanto, não devem ser utilizados sem a indicação
de um médico, pois podem causar efeitos colaterais
sérios.
Se a pessoa for alérgica
ou se receber muitas picadas deve procurar atendimento médico
rápido e, se possível, levar consigo o animal
que causou a reação. Ao ser picado, tenha cuidado
em não apertar o corpo do animal ao retirá-lo,
pois pode ocorrer a injeção de mais veneno.
No caso de serem muitos
marimbondos atacando ao mesmo tempo, busque um local fechado
ou corra o mais rápido que puder. Para prevenir a picada,
evite causar qualquer perturbação ao animal
e utilize sapato fechado, meia alta e luvas para proteção
das mãos nas visitas ao campo ou em lugares onde exista
alta incidência desses insetos.
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O marimbondo morre após a ferroada?
As vespas (marimbondos),
abelhas e as formigas pertencem à Ordem Hymenoptera,
Série Aculeata. Os Aculeata apresentam um oviositor
modificado. Conhecido popularmente como “ferrão”.
Os himenópteros ao ferroarem podem perder o ferrão,
isto é, deixam o ferrão no indivíduo,
como as abelhas, ou não o perdem, como as vespas, de
forma que estas podem utilizá-lo diversas vezes. Sendo
assim, as vespas não morrem após a ferroada.
Imagem 1: Oviositor
no aparelho ferrão
Fonte: adaptado de Silveira & Silveira, 1994
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O marimbondo ataca também cachorros ou gatos?
Sim. Se o inseto sentir-se
ameaçado pelo cão ou pelo gato ele irá
atacar, buscando defender-se.
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Quais os sintomas da picada de marimbondo no homem?
Os efeitos das peçonhas
dos Hymenoptera sociais (vespas) podem envolver reações
inflamatórias e/ou imunológicas e outras de
ordem sistêmica, tais como, pruridos locais, urticária,
angiodema (similar a urticária), e em casos de maior
gravidade, náuseas, vômitos, diarréia,
dores abdominais, perda de memória e tontura, hipotensão
(diminuição dapressão arterial), bronco
espasmos (estreitamento da luz bronquial como consequências
da contração da musculatura dos brônquios,
o que dificulta a respiração), e morte do paciente
por paradas cardíacas e respiratórias.
Na maioria das pessoas
os componentes vasoativos da peçonha determinam reações
locais tais como, vermelhidão, edema (inchaço),
e, dor, e estas tendem a desaparecer em poucas horas. No entanto,
podem ocorrer reações sistêmicas que podem
afetar a respiração e/ou circulação.
Nestes casos, os acidentes são mais graves e envolvem:
1. Queda de pressão
arterial e aumento da permeabilidade vascular, que podem levar
à inconsciência e desmaios.
2. Dificuldade de respirar,
espirros, edema de glote, contração do pulmão,
displasia (desenvolvimento anormal de órgãos
e tecidos que ocasiona deformidades) e asma. Em pacientes
sensíveis, pode ocorrer ainda, desordem gastrointestinal,
cólica, diarréia, náusea, vômito,
incontinência, dor de cabeça, calafrio e febre.
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Quais os sintomas, no cachorro, quando leva uma picada de
marimbondo?
Se o animal recebe uma
ou poucas picadas, pode desenvolver apenas uma reação
alérgica. Após muitas picadas, pode ser observado
vômito, diarréia, sinais de choque (respiração
difícil, cianose – caracterizada pela coloração
azul-arroxeada da pele e mucosas , espuma na boca, pressão
arterial alta) e dificuldade respiratória em decorrência
de síndrome da angústia respiratória
aguda (SARA – lesão pulmonar). Nos cães,
além dos quadros de choque e SARA, também têm
sido descritos casos de crise hemolítica (destruição
rápida dos glóbulos vermelhos – responsáveis
pelo transporte de oxigênio às células).
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O que fazer se um marimbondo atacar um cachorro ou gato?
Lave o local atingido
com água e sabão, e, em seguida, reduza o inchaço
com água fria ou cobrindo-o com uma compressa fria
ou gelo envolto num pano (mas nunca aplique o gelo diretamente
sobre a pele). É recomendado procurar um veterinário.
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O marimbondo ataca as aves também?
Existem relatos de marimbondos
que acabam ferroando beija-flores na disputa por alimento.
Entretanto, isso não é caracterizado como um
comportamento predatório porque o inseto sequer aproxima-se
do beija-flor morto. Existem casos observados de uma espécie
de “marimbondo-caçador” (Família
Pompilidae) que alimenta-se de aves mortas que encontram no
solo.
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O marimbondo pode atacar rebanhos?
As vespas são
animais predadores peçonhentos cuja função
primária da peçonha é a predação
de outros insetos, tais como lagartas [larvas da Ordem Lepidoptera
(borboletas e mariposas) e Ordem Coleoptera (besouros)] e
pólen. As vespas individualmente ou coletivamente defendem
seus ninhos de intrusos.
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O que atrai um marimbondo?
As espécies de
marimbondo costumam fazer seus ninhos em troncos de árvores,
presos a galhos e em beirais de casas. Alimentam-se de néctar,
frutos e, principalmente, de outros insetos e larvas. São
atraídos, portanto, para locais onde exista um ambiente
favorável para a construção do ninho
e que apresente possibilidade de alimento próximo.
Os marimbondos não são animais agressivos e
só irão ferroar alguém se sentirem-se
ameaçados.
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Quais os locais que os marimbondos preferem para fazer ninhos?
As espécies de
vespas que mais comumente constroem ninhos no ambiente urbano
são a Polybia paulista, também chamada
de paulistinha e a Polistes. Elas costumam fazer
seus ninhos no beiral ou na varanda das casas. A maioria dos
marimbondos constrói ninhos fechados (como é
o caso do paulistinha) ou abertos, mas algumas espécies,
como as vespas-solitárias, fazem seus ninhos no chão,
como se fossem uma toca. Os marimbondos procuram lugares abrigados
e onde estejam protegidos de predadores – principalmente formigas
e pássaros – para fazer suas casas.
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Do que é feito um ninho de marimbondo?
Os ninhos são
fabricados com fibras raspadas de troncos e galhos de madeira
morta. O animal amassa a fibra com suas peças bucais
e mistura com uma secreção especial, formando
uma pasta que, quando seca, adquire consistência de
papel.
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Os marimbondos também têm uma rainha, como as
abelhas?
Sim. O ciclo de vida
dos marimbondos começa quando a rainha é fertilizada
e inicia a construção do ninho. Ela constrói
um pequeno ninho e põe ovos dentro dele. Quando as
larvas eclodem dos ovos e crescem tornando-se operárias,
elas dão continuidade ao processo de construção
do ninho. Os Vespidae tem 6 subfamílias: Euparagiinae,
Masarinae, Polistinae,Stenogastrinae e Vespinae. Os Polistinae
são cosmopolitas e os mais especiosos na região
neotropical (700 espécies), sendo altamente sociais
(= eusociais).
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É verdade que se nós atacarmos um marimbondo
próximo ao ninho todos os outros também atacam?
Sim. Por serem insetos
sociais (vivem em grupamentos divididos em castas com características
morfológicas e funções definidas), os
marimbondos costumam atacar em bandos quando se sentem ameaçados.
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Por que um marimbondo ataca o homem?
A vespa não ataca
o homem, o que é popularmente conhecido como ataque,
é na verdade um comportamento defensivo do animal.
O aparelho ferrão das vespas foi evolutivamente aplicado
para a defesa do animal, pois juntamente ao ovipositor modificado
(popularmente mencionado como ferrão) apresenta-se
uma glândula de peçonha. Quando a vespa encontra-se
ameaçada, expõe o ferrão sobre o animal
que representa ameaça e contrai a glândula de
peçonha. A peçonha liberada pela contração
dessa glândula desencadeará uma resposta imunológica
no animal.
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Como acabar com o ninho de marimbondo?
Para a eliminação
do ninho o ideal é entrar em contato com o Centro de
Controle de Zoonoses da cidade ou com o Corpo de Bombeiros
(193). Nunca jogue nenhum produto sobre o enxame, como álcool,
querosene, água ou inseticida, porque neste caso, os
animais podem se sentir ameaçados e picar; retire do
local ou das proximidades pessoas apavoradas, alérgicas
à picada de vespas, crianças e animais; não
bata, toque ou faça movimentos bruscos e ruidosos próximos
ao vespeiro. Em caso de reincidência de instalação
do vespeiro no mesmo lugar, devem-se tomar providências
no sentido de eliminar esse abrigo, como, por exemplo: colocar
algum obstáculo, vedar frestas ou buracos por onde
elas adentraram, remover materiais inservíveis (caixotes,
móveis, pneus, etc), renovar a pintura ou verniz, entre
outros. Como insetos predadores, as vespas têm imensa
importância nas cadeias alimentares e somente devem
ser mortas se absolutamente necessário.
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O marimbondo ataca o homem ou animal em qual circunstância?
Dificilmente ocorrerá
uma ferroada (popularmente mencionado como ataque) em um animal
ou humano se a vespa e/ou sua colônia não forem
ameaçadas.
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Há risco de vida ao homem atacado pelo marimbondo?
Pode haver risco de
vida ao homem dependendo dos seguintes fatores: a) estado
de saúde e idade da pessoa; b) hipersensibilidade individual
(alergia ao veneno, podendo causar choque anafilático),
c) quantidade de ferroadas d) região das picadas ferroadas
(no pescoço ou mucosa bucal podem apresentar grave
risco). O aconselhável é buscar atendimento
médico.
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Os marimbondos se alimentam de que?
Como insetos predadores,
as vespas sociais empregam várias estratégias
para localizar e coletar para si e para sua prole, líquidos
dos corpos de presas, néctar, frutas e açúcares.
Em algumas espécies, é comum o consumo de animais
mortos. Vespas adultas preferem néctar ou sucos internos
de lagartas e outros insetos. As larvas das vespas se alimentam
de aranhas, moscas, besouros e outros insetos capturados e
preparados pelos adultos. Há espécies que regurgitam
néctar, sucos de outros insetos ou açúcares
para as larvas. Vespas solitárias são parasitóides,
isto é, parasitam outros insetos pondo seus ovos diretamente
no corpo do hospedeiro, de forma que tão logo as larvas
eclodem do ovo, têm alimento fresco.
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Existe algum “inseticida doméstico” para
combater os marimbondos?
Podem ser utilizadas
iscas (carne, peixes, sucos de frutas e xarope de gengibre)
associadas a inseticidas de ação lenta. Outro
método é borrifar o ninho com um inseticida
doméstico dissolvido em óleo vegetal. Entretanto,
é sempre arriscado mexer nos ninhos, pois os animais
podem se sentir perturbados e atacar. Por isso, devem ser
tomadas algumas precauções: fazer o trabalho
à noite, quando as vespas estão recolhidas ao
ninho; ficar em silêncio e não usar perfumes
ou produtos com cheiro forte, pois podem perturbar os animais;
aproxime-se do vespeiro com roupa grossa ou vestimenta de
apicultor e óculos para proteger os olhos. Após
a retirada do ninho, os marimbondos podem voltar a formá-lo
no mesmo local. Para evitar que isso ocorra, produtos com
cheiro forte e ação repelente, como os óleos
de citronela ou de eucalipto podem dificultar a instalação
do novo ninho.
Os métodos “domésticos”
para a eliminação de ninhos de marimbondo normalmente
oferecem riscos porque costumam perturbar esses insetos, que
podem se defender picando o indivíduo. Assim, a melhor
alternativa é contatar o Corpo de Bombeiros ou Centro
de Controle de Zoonoses.
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Atear fogo no ninho de marimbondo é perigoso?
Além de ser perigoso
mexer com fogo, porque este pode se alastrar nas construções
do homem, não é ético infligir sofrimento
a qualquer outro ser vivo. Se a convivência com os marimbondos
traz riscos à saúde do homem, utilizar produtos
que tornem sua eliminação mais rápida,
e, portanto, diminuam seu sofrimento devem ser preferidos.
Atentar para o início de uma colônia quando esta
ainda é bem pequena, é uma medida bastante desejável.
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Existe algum repelente contra marimbondo?
Muitos animais, incluindo
os marimbondos, utilizam-se de uma substância química
chamada feromônio para a comunicação.
Essa substância funciona como atrativo entre indivíduos
da mesma espécie e é secretada pelos marimbondos
no momento da construção dos ninhos. Isso faz
com que eles voltem sempre para os mesmos lugares, inclusive
depois que o ninho foi destruído. Produtos com cheiro
forte e ação repelente, como o óleo de
citronela ou de eucalipto, podem mascarar o feromônio,
dificultando assim a reinstalação dos ninhos.