Os Cupins subterrâneos
(Coptotermes havilandi, Reticulitermes lucifugus)
apresentam ninhos mais elaborados que se desenvolvem preferencialmente
no solo, interno ou externo a edificação, em
madeiras em contato com o solo, em espaços que possam
existir no interior das edificações, ou ainda
em árvores, onde a umidade do solo, entre outros fatores,
facilita a sua instalação.
Esses cupins apresentam
grande capacidade de dispersão e a ligação
entre a colônia e a fonte de alimento é feita
por meio de túneis construídos por estes insetos.
O ataque desses cupins é generalizado e não
se limita a madeira e seus derivados. Outros materiais tais
como tecidos, plásticos, borracha, couro, tijolos de
barro, gesso e revestimentos de cabos elétricos também
podem ser intensamente atacados por esses insetos, que podem
ou não ingerí-los, já que não
são utilizados como alimento, sendo eliminados sem
serem digeridos.
Métodos
de controle para Cupins subterrâneos
O controle de cupins
subterrâneos baseia-se no estabelecimento de uma barreira
que impeça a chegada das operárias até
as plantas ou mudas. Esta barreira pode ser física
ou química, sendo esta última a mais utilizada.
Atualmente existem novas propostas de formas de controle,
como a utilização de iscas tóxicas.
Barreiras Físicas
As barreiras físicas
excluem cupins das edificações por meio de utilização
de materiais impenetráveis. Estas barreiras podem ser
construídas por partículas uniformes, como é
no caso de areia, vidro moído, basalto, ou por telas
de aço inoxidável, pois materiais muito grandes
ou muito pequenos impedem que os cupins possam transportar
este material na construção de galerias. Porém
esta técnica não é muito empregada no
Brasil.
Barreira Química
A barreira química
consiste na aplicação direta de inseticida,
no local de infestação ou ao redor dele. Um
dos produtos mais utilizados é do grupo organoclorado,
o qual possui um alto teor residual, e que devido a essa característica
passou a ser proibido seu uso em 1985. No ano seguinte, instalaram-se
dois experimentos com inseticidas nas formulações
granulada, pó-seco, concentrado emulsionável
e pó molhável. As especificações
técnicas e seu modo de ação são
apresentadas no tópico “inseticidas”.
Iscas
Este método consiste
na aplicação em material vegetal como blocos
de madeira de inseticida de ação lenta e prolongada,
que após ingerir o inseticida o cupim vive o suficiente
para chegar ao ninho e transpor o composto a colônia.
A importância desta técnica é o uso diminuto
de inseticidas para o controle de cupins, sendo assim menos
agressivo ao meio ambiente.
Método
de controle para Cupins Arborícolas
Métodos
de controle para Cupins de Madeira Seca
De um modo geral, os
inseticidas podem ser usados para os três tipos de cupins.
A composição química, modo de ação,
aplicabilidade e toxidade de alguns produtos estão
descritos a seguir. Vale lembrar antes, que os compostos organoclorados,
aldrin, BHC, lindani, pentaclorofenol dentre outros apresentados
são proibidos por lei (portaria nº 329, de 02
de setembro de 1985) em todo o território nacional,
inclusive sua comercialização. Com exceção
de cupinicidas a base de aldrin para o emprego em florestamento
e reflorestamento; ao uso dos referidos produtos quando aplicados
pelos órgãos públicos competentes, em
campanhas de saúde pública de combate a vetores
de agentes etiológicos de moléstias; dentre
outras exceções que não cabem ao caso
dos cupins.
BHC
O BHC age por contato,
ingestão e fumigação. Sua fórmula
bruta é C6H6Cl6 (hexacloro-ciclo-hexano). O BHC técnico
é pó amorfo, volátil, acinzentado ou
ligeiramente pardo, insolúvel na água. Apresenta
cheiro desagradável que faz lembrar o do mofo.
O BHC do comércio
é uma mistura complexa de diferentes substâncias,
algumas das quais somente em partes foram identificadas e
isoladas na forma pura. A solubilidade nos diferentes solventes
orgânicos varia de um para outro isômero. As impurezas
que aparecem no composto não têm ação
inseticida e dos isômeros apenas o gama se sobressai
pelo seu extraordinário poder sobre os insetos. Contudo,
esse isômero puro é um pouco menos eficaz se
comparado sua utilização juntamente com os outros
compostos. Com exceção do isômero gama,
os outros isômeros causam sérios inconvenientes,
como fitotoxidade, odor penetrante, etc.
O BHC não deve
ser usado para combater pestes dos lares, devido ao seu forte
e característico cheiro de mofo. Ocorre alteração
de gosto de determinadas plantas como batatinha, amendoim,
batata-doce, mandioca, couve e frutas e possui um fator tóxico
para algumas plantas e efeito acumulativo no solo, o que limita
o seu uso.
É usado em polvilhamento, pulverização
aerossóis. No comércio são encontrados
os seguintes produtos: a) pó: com 1; 1,5; 2; 3; 9 e
12% de isômero gama; b) marcas comerciais: Benzefós,
Benzenex, Hexason e outros.
Aldrin
O Aldrin age por contato,
ingestão e fumigação. Sua fórmula
bruta é C12H8Cl6 (hexacloro-hexahidro-endo). O aldrin
técnico é uma substancia sólida, cristalina,
um pouco volátil, mas solúvel em quase todos
os solventes orgânicos. É estável em ambientes
alcalinos e meios ácidos, porém, o calor diminui
o poder residual, ou seja, quanto mais alta a temperatura,
menos tempo permanecerá o aldrin sobre as plantas.
O composto é
usado em polvilhamento, pulverização, pó
e iscas. As concentrações utilizadas em cada
um são: a) Pó: tem 2,5; 5; 50 e 75% de aldrin
técnico. Nas duas porcentagens mais baixas recomenda-se
para tratamento de solo em polvilhamento de plantas, já
as duas últimas destinam-se a fins industriais; b)
Pós molháveis: tem 40% de aldrim. Devem ser
diluídos na água de modo que as suspensões
tenham de 0,04% a 0,12% da substância; c) Concentrados
emulsionáveis: em de 40 a 50% de aldrin, sendo muito
mais comuns as formulações de 40%. Em pulverização,
as emulsões também são regadas de 0,04%
a 0,12%; d) Iscas granuladas: de 0,5 a 0,75% de aldrin.
Sua ação é lenta, não é
fitotóxico quando usado em doses normais, a não
ser para as curcubitáceias, que podem sofrer queimaduras.
Com relação ao homem e a outros animais o aldrin
é bastante tóxico por via oral.
Pentaclorofenol
Sua fórmula bruta
é C6HCl5O. Quando puro é cristalino e incolor.
O produto técnico aparece sob a forma de pó
ou agulhas cinzento escuras. Praticamente insolúvel
em água e solúvel em muitos solventes orgânicos
e não inflamável e não corrosivo para
os metais, exceto possivelmente na presença de umidade.
Quando dissolvido em óleo, a solução
pode danificar rapidamente a borracha. Os produtos devem ser
pincelados na superfície da madeira não pintada
ou não envernizada. O inseticida tem notável
poder de penetração e tem efeito curativo e
preventivo, porém, tem caráter fitotóxico
e irrita a pele.
Dursan
O modo de ação
do inseticida se dá por contato, ingestão, fumigação
e ação de profundidade. Sua fórmula bruta
é C9H11Cl3NO3PS. O produto técnico aparece sobre
a forma de cristais brancos; é solúvel na cetona,
benzeno, clorofórmio, etc. e insolúvel na água,
sendo estável em condições normais de
armazenagem. Também apresenta estabilidade em formulações
aquosas neutras ou ácidas levemente acima da temperatura
normal; a instabilidade, por sua vez, aumenta com a temperatura
e em meio alcalino. A absorção na pele é
insignificante, não oferecendo problema, no entanto,
causa leve irritação nos olhos.
Lindane
O modo de ação
do inseticida se dá por contato, ingestão e
fumigação. Sua fórmula bruta é
C6H9Cl6. É uma substancia sólida, branca, cristalina,
solúvel no benzeno acetona e outros solventes. A produção
do lindane é de real interesse, pois é um inseticida
com 99%, no mínimo, de isômero gama do BHC (composto
organoclorado de notável poder inseticida). Ou seja,
possui algumas vantagens como: a) não tem odor desagradável,
o que possibilita seu uso nos lares; b) em geral, não
altera o gosto e odor das plantas e frutos polvilhados ou
pulverizados; c) tem ação fitotóxica
mais baixa; d) tem menor efeito acumulativo no solo; d) é
monos prejudicial as bactérias e outros microorganismos.
Clordane ou
Octaclorado
O modo de ação
do inseticida se dá por contato, ingestão e
fumigação. Sua fórmula bruta é
C10H6Cl8. O clordane técnico é liquido escuro,
cor de âmbar, muito viscoso, de cheiro agradável,
semelhante a cedro; insolúvel em água, mas solúvel
nos solventes orgânicos comuns (querosene, xilol, óleos
miscíveis, éteres, ésteres, etc.). Pode
ser usado em polvilhamento e pulverização. Sendo
que os de polvilhamento são geralmente comercializados
em 5% ou 10% para pó, ou 40% ou 50% para pós
molhados.