Na Ordem dos hemípteros
incluem-se insetos conhecidos como “percevejos-de-cama,
percevejos-de-mato, barbeiros e barata d’água.
A maioria dos hemípteros nutre-se de seiva vegetal,
muitos deles são predadores de outros insetos
e outros poucos são hematófagos. Dentre
os de importância médica estão os
percevejos de cama (família Cimicidae) e os barbeiros
(família Reduviidae, subfamília Triatominae).
A família Reduviidae contem entomófagos
(predadores de outros insetos) e hematófagos
obrigatórios. Reconhece-se no geral estes insetos
pelo exame da forma e relação do comprimento
do aparelho bucal, denominado probóscide ou bico.
Fitófagos têm probóscide reta e
longa, que ultrapassa o primeiro par de pernas. Os predadores
e hematófagos possuem probóscide curta
que não ultrapassa o primeiro par de pernas e
a extremidade distal desta repousa num sulco longitudinal
do prosterno. A probóscide curta e curva tende
a caracterizar um hemíptero predador e a probóscide
curta e reta, um triatomíneo hematófago.
Todos os triatomíneos possuem hábito
noturno, ou seja, durante o dia escondem-se em abrigos,
e preferencialmente à noite, durante o sono
dos hospedeiros, os insetos vêm alimentar-se
de sangue, pois sem este o ciclo evolutivo de ovo
a adulto não se completa. As ninfas passam
por cinco mudas de pele e começam a sugar sangue
dois a três dias após a eclosão
dos ovos. Em média o ciclo vital é de
300 dias podendo chegar a 2 anos. Durante toda a vida
-e a depender das condições abióticas
e de alimentação- o número de
ovos/fêmea pode ser igual a 500 ovos ou mais.
Um aspecto importante dos hábitos dos triatomíneos
é a eliminação de dejetos após
os repastos sanguíneos, que podem ser excretados
como urina cristalina, emitida logo após cada
repasto; urina amarelada, emitida cerca de 24 a 48
horas após o repasto e fezes escuras, emitidas
logo após ou algumas horas depois da alimentação.
Qualquer dos dejetos pode conter tripomastigotas metacíclicos,
mas é a urina cristalina que possui o maior
número deles. Isto se deve ao fato de que os
epimastigotas permanecem aderidos no reto do inseto,
mas as formas infectantes do T. cruzi (metatripomastigotas)
ficam livres e são liberadas para o exterior
junto com a urina. Sabe-se também que se a
ninfa de 1° estágio se alimenta uma única
vez do hospedeiro infectado com o protozoário,
poderá eliminar a forma tripomastigota metacíclico
em seus dejetos durante toda a sua vida.