Para se prevenir
dessas patologias, faz-se necessária a utilização
de métodos de controle do carrapato. Uma das
medidas mais adotadas, principalmente no setor da pecuária,
são os tratamentos químicos que dependem
de fatores como freqüência, época
de tratamentos, escolha e uso correto dos carrapaticidas.
O período mais adequado para a aplicação
dos carrapaticidas é durante os meses mais quentes
ou mais secos do ano, no qual os carrapatos morrem mais
rápido nas pastagens, em função
das altas temperaturas ou baixa umidade. Com a redução
natural no número de carrapatos, é possível
eliminar o maior numero de uma geração
de carrapato, produzindo assim poucos carrapatos na
geração futura.
O uso incorreto de um carrapaticida (subdose, preparo
inadequado ou aplicação mal feita) faz
com que o carrapato não morra após o
contato com o produto. Cada vez que carrapatos sobrevivem
à aplicação de carrapaticida,
podem transmitir à geração seguinte
informações genéticas de como
sobreviver aquele produto. É a chamada “resistência”.
A resistência instalada para um produto, com
grande chance, também será para outros
produtos do mesmo grupo. Por isso, não há
muitas opções, em caso de resistências
de carrapatos a carrapaticida. Como é praticamente
impossível eliminar todos os carrapatos, é
recomendável que se utilize sempre o mesmo
produto de carrapaticidas, ou produtos do mesmo grupo
ou família, por um período aproximado
de dois anos, no máximo, e da melhor maneira
possível.
O controle do carrapato não deve ser baseado
em uma única alternativa, ainda que o uso do
tratamento químico seja a opção
viável e comprovadamente eficaz. A dependência
dos químicos e a questão do impacto
ambiental, aliada aos custos e ao surgimento dos problemas
de resistência, encaminham à necessidade
de pesquisas e outras formas de controle. Neste aspecto,
a ecologia oferece informações básicas
para o uso de outros instrumentos na tentativa de
melhorar o controle dos carrapatos, como por exemplo,
indicando as épocas mais apropriadas para o
tratamento em determinada região. O uso de
raças mais resistentes, descanso e rotação
de pastagens e os recentes avanços nos métodos
imunológicos, são medidas que, no contexto
com a aplicação dos químicos
acaricidas, formam o que se denomina “controle
integrado de parasitas”.
A possibilidade do emprego do controle biológico
ainda parece ser de pouca importância prática
e os patógenos e predadores ainda não
foram utilizados com sucesso. Algumas espécies
de fungos como Metarhyzium sp. e Beauveria
sp., de bactérias como Cedecea lapagei,
que atacam instares ninfais de carrapatos, outras
espécies de leguminosas como Brachiaria
brizantha, Mellinis minutiflora, Stylosanthes
sp., com atividades acaricidas ou de repelência
e também algumas espécies de formigas
e pássaros, tem um importante papel na eficiência
de um programa de controle. Entretanto, o efeito isolado
destas alternativas ainda necessita de novas avaliações
para que possam ser manipuladas com eficiência
pelos produtores.
A presença de carrapatos induz a uma série
de reações imunológicas interferindo
no desenvolvimento, capacidade reprodutiva e/ou sobrevivência
dos diferentes estágios do ciclo parasitário.
O efeito da resistência aos carrapatos pode
determinar reações de hipersensibilidade
local das picadas e, como lambeduras, fricção
e coceira na tentativa de eliminá-los ou removê-los.
Este é um dos fatores que também pode
contribuir para diminuir o percentual de carrapatos
sobreviventes após afixação.