Já foram
identificados quatro sorotipos distintos do vírus:
DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4. Inicialmente, todos produzem
infecção semelhante. As formas mais graves
da doença geralmente se manifestam quando há
em uma mesma região diversos tipos de sorotipos
circulantes nos vetores infectando as mesmas pessoas.
Não existe
medicação específica para o tratamento
da dengue, a não ser na medicina
homeopática. Nas formas não-graves da
doença é recomendado ao doente permanecer
sob observação médica, manter repouso
e ingerir muito líquido. As febres causadas pela
doença são usualmente tratadas com analgésicos
que não contêm anticoagulantes.
A dengue
se apresenta de várias formas diferentes. Ela se
divide inicialmente em formas assintomática e sintomática.
A forma assintomática é comum e não
apresenta sintomas, sendo difícil detectar. Entre
as formas sintomáticas, a mais comum é chamada
Febre Indiferenciada que afeta preferencialmente os lactentes
e pré-escolares. Esta forma é dificilmente
distinguida de outras doenças virais agudas como
a gripe causada pelo vírus da Influenza.
A dengue
clássica é a forma mais comum
de dengue sintomática e, quando
infectados, os indivíduos apresentam febre, cefaléia,
abatimento, dor muscular e nas articulações
e vermelhidão.
Existem, ainda, duas
formas graves da doença denominadas Febre Hemorrágica
da Dengue e Síndrome do Choque da
Dengue. Os doentes que apresentam a forma hemorrágica
da doença podem apresentar defervescência da
febre no 3º e 7º dia, manifestações
hemorrágicas, diminuição persistente
do número de trombócitos, extravasamento de
plasma, concentração de hemácias maior
que 20%, derrame cavitário, hipoalbunemia e hipocolesterolemia.
A Síndrome
do Choque da Dengue é a forma em
que o afetado pode apresentar aumento da permeabilidade
vascular, aumento da concentração de hemácias,
falência circulatória, pulso rápido
e fraco, extremidades do corpo frias, pele pegajosa e tensão
arterial baixa.
A forma mais grave
da dengue é manifestada quando algum
destes quadros descritos anteriormente se complica apresentando
insuficiência hepática, miocardiopatia, hemorragia
gastrointestinal severa, púrpura trombocitopênica,
pancreatite, além de manifestações
neurológicas.
É conhecido
que a Febre Hemorrágica da Dengue ocorre,
em sua maioria, quando o doente que já se infectou
com o vírus da dengue anteriormente é contaminado
com outro sorotipo. A base imunológica para esta
hipótese sugere que os anticorpos desenvolvidos durante
a primeira infecção são deixados em
níveis sub-neutralizantes e quando o corpo é
infectado pelo novo sorotipo, ao invés dos anticorpos
o atacarem, estes ajudam o novo vírus a infectar
os macrófagos do hospedeiro. Este fenômeno
é denominado reforço do anticorpo-dependente.
As formas graves da
doença requerem cuidados especializados e hospitalização,
embora muitas vezes a doença não seja corretamente
diagnosticada, atrasando o tratamento.
A letalidade das formas
graves pode ser mantida abaixo de 1% onde há profissionais
qualificados e instalações disponíveis
para o tratamento. Nos países mais pobres, onde não
é possível ter as devidas condições,
a letalidade chega a mais de 10%.
De qualquer forma,
a dengue hemorrágica oriunda de
infecções primárias aumentou ao longo
do tempo de 1% em 1978 para 14% em 1997.
O risco de desenvolver
a dengue hemorrágica foi estimado como sendo 125
casos graves para cada 1000 infecções de dengue
em crianças e ocorre 80 vezes mais frequentemente
em indivíduos que sofrem da segunda infecção.