No setor madeireiro, as larvas brocas de importância
são as xilófagas, que se alimentam de madeira,
desde a planta viva até a madeira em uso. Já
o adulto somente causa prejuízo pela perfuração
para a saída na fase reprodutiva. De maneira prática
as brocas podem ser agrupadas em três grupos, levando
em conta o estágio de beneficiamento que a madeira
se encontra, que está relacionado com seu teor de
umidade.
As brocas que atacam a árvore viva ou recém
abatida são principalmente das famílias Cerambycidae,
Platypodidae e Scolytidae. Estes insetos atacam principalmente
as que têm um alto teor de umidade e os prejuízos
causados se devem pela larva da broca se alimentar do amido
contido na madeira, assim abrindo galerias, que se localizam
logo abaixo da casca podendo alcançar até
mesmo o cerne da arvore (porção central do
tronco). Grande parte das brocas que atacam árvores
vivas ou recém abatidas, ao depositarem seus ovos
na madeira, inocula um fungo que servirá de fonte
de alimento para as larvas na fase inicial de desenvolvimento.
Este fungo é denominado popularmente de Ambrosia,
pois são os causadores de manchas ao redor dos orifícios,
depreciando muito o valor de venda da madeira.
Já as brocas que infestam a madeira na secagem são
representadas, principalmente, pela família Brostrychidae.
Os brostriquídeos eclodem seus ovos quando a madeira
tem uma umidade intermediaria, completando o seu ciclo quando
a madeira já esta seca. Por isso podem ser encontrado
em habitações, geralmente quando a madeira
não foi totalmente seca para o seu futuro beneficiamento.
As brocas que atacam madeira seca, com baixa umidade, se
infestam principalmente pelas famílias Anobiidae
e Lyctidae. As brocas da família Anobiidae, por terem
um hábito alimentar variado, podem ser encontradas
atacando caules de plantas, produtos manufaturados de origem
vegetal ou animal, madeiras e livros, entre outros. As brocas
desta família são os principais representantes
causadores de prejuízos em museus, bibliotecas e
domicílios.
Diferente dos anobiídeos, a família Lyctidae
alimenta-se essencialmente de madeira, consumindo o amido
presente na madeira, como acontece na madeira da arvore
Virola, por possuir um alto teor de amido no alburno (região
intermediaria entre a casca e o cerne). Os lyctídeos
são os que toleram os mais baixos teores de umidade.
Os prejuízos causados por eles são vastos,
ocorrendo principalmente em regiões urbanas, onde
encontramos uma grande quantidade de madeiras com baixa
umidade.
No ambiente natural as brocas participam de processos importantes
como cicladores de nutrientes. Este processo é fundamental
para a continuidade da vida no planeta, já que algumas
espécies se alimentam de madeira em decomposição
e suas fezes contêm nutrientes importantes para o
solo.
Já o interesse pelos estudos científicos
é de longa data, sendo que algumas espécies
de brocas se alimentam de espécies de plantas de
interesse econômico e os estudos são voltados
para o ciclo de vida, bem como para o desenvolvimento de
novos inseticidas. Para algumas brocas, como é o
caso broca-do-cafeeiro da espécie Hypothenemus
hampei, há estudos dedicados sobre o desenvolvimento
de métodos alternativos para seu controle, como a
utilização de fungos que causam algum tipo
de doença na broca.