A cochonilha
do carmim causa intensos danos nos estados de Pernambuco,
Ceará e Alagoas, debilitando as plantas até
a morte e levando a perdas de produção
de até 100%. Isso causa enormes prejuízos
na pecuária desses estados, onde as cactáceas
atacadas por essa cochonilha são um importante
suporte alimentar dos animais.
Algumas outras medidas indicadas contra essa praga
são:
– Evitar a introdução de partes oriundas
de plantas vindas de locais com ocorrência dessa
cochonilha.
– Realizar inspeções periódicas
para monitoração da presença
dessa praga.
– Se houver necessidade de introduzir material proveniente
de locais com ocorrência dessa praga para propagação
oualimentação animal, deve-se realizar
uma avaliação de risco.
– Utilizar variedades resistentes para formação
de novas plantações.
– Eliminar compulsoriamente as plantas com suspeita
de ataque
Para o controle da cochonilha A. comperei, que ataca
mamoeiros, recomenda-se o uso dos inseticidas sistêmicos
(que circulam na seiva das plantas) Mospilan (do grupo
dos neonicotinóides), Actara e Tiger 100 EC
(análogo dos hormônios dos insetos).
Para o controle de cochonilhas-da-raiz nos cafeeiros
é indicada a vistoria da raiz principal, logo
após o colo, das plantas jovens (a partir dos
três meses de idade). Se for constatada a praga,
deve-se fazer o controle químico. Para isso
é indicada a aplicação de inseticidas
sistêmicos granulados em sulcos no solo. De
preferência neonicotinóides ou cloronicotinil,
que são inseticidas de nova geração,
em doses e concentrações que devem ser
indicadas por especialistas, variando de acordo com
a idade da planta. Não é necessário
combater as formigas doceiras, pois assim que as cochonilhas
morrerem elas irão desaparecer.
Das muitas substâncias químicas usadas
pelo homem no controle de pragas, boa parte é
tóxica ao homem ou aos animais, podendo, além
dos riscos aos humanos, diminuir o controle das pragas
por seus inimigos naturais (predadores, parasitóides
e entomopatógenos). Um controle integrado utilizando
fungos entomopatogênicos e agrotóxicos
seletivos (que não fazem mal a estes fungos)
é uma estratégia bastante interessante.
Diversas pesquisas estão sendo realizadas no
intuito de conseguir integrar o uso do fungo Beauveria
bassiana, inimigo natural de algumas cochonilhas
(inclusive a cochonilha-da-raiz), com o uso de agrotóxicos
através da seleção de linhagens
de fungo resistentes aos inseticidas.
Os principais inimigos naturais da cochonilha Ortézia
são alguns insetos predadores e fungos entomopatogênicos.
As larvas da mosca Gitona brasiliensis predam
os ovos da cochonilha, enquanto algumas joaninhas,
as larvas do bixo-lixeiro e o percevejo predador Heza
insignis predam as ninfas e adultos. No entanto,
o controle por esses insetos predadores ainda necessita
de maiores estudos para ser implementado como método
de controle efetivo.
Dentre os fungos que são inimigos dessas pragas
estão o fungo-branco (Verticillium lecanii),
o fungo-vermelho (Colletotrichum gloeosporioides),
mofo-vermelho (Fusarium sp.), Beauveria
sp., Aschersonia sp. e Cladosporium
sp.. Beauveria bassiana e V.lecanni
são produzidos e vendidos comercialmente por
empresas do ramo para o controle dessa praga. Para
maximizar os resultados, é necessário
que se utilize um defensivo contra as cochonilhas
que não prejudique esses fungos.
Como medidas de auxílio no combate pode-se
fazer a limpeza de galhos e troncos com escova de
piaçava, capinação em volta da
planta atacada, caiação do tronco, poda
dos galhos e pulverização de óleos
miscíveis, que vão matar as cochonilhas
por sufocação. Para dificultar a disseminação
e contaminação por essa praga, é
indicada também a adoção de quebra-ventos
e cercas vivas.
Lembrando que para o combate químico, são
utilizados organofosforados, piretróides, carbamatos
e nicotinóides, para diminuir as chances de
se selecionar insetos resistentes, os inseticidas
do tipo organofosforado não devem ser rotacionados
(alternados) com os do tipo carbamato, pois eles apresentam
o mesmo mecanismo de ação.
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